Vitória POV
Os dias
estavam sendo tranquilos, eu e a Bruna estávamos nos vemos com maior
frequência. Eu ia para o apartamento dela ou ela vinha pra casa dos meus pais.
Ficamos mais unidas, por eu não conhecer praticamente ninguém em São Paulo. Os
amigos dela eram super legais e extrovertidos, sempre que eu saia com eles,
procuravam uma maneira de me incluírem em todos os assuntos e piadas. Sempre
que a Bruna tocava no assunto Luan, eu sentia um vazio no meu peito. Mesmo
depois de tudo, eu não conseguia esquecê-lo.
Era sábado a
tarde, eu estava deitada ouvindo música quando a campainha tocou, meus pais não
estavam em casa. Fui atender a porta, que começou a tocar insistentemente,
mesmo eu já tendo gritado o famoso ‘já vai!’.
- Tinha que
ser você né menina! – Fingi estar zangada e ri da cara de cachorro pidão que
ela fez, igual ao irmão. – Entra Bru. – Disse dando passagem, após nos
cumprimentarmos.
- Tenho um
SUPER convite pra te fazer e não aceito não como resposta. – Ela falou se
jogando no sofá, como era folgada e espaçosa.
- Então não é
convite, é uma intimação. – Respondi rindo e me juntando a ela.
- Que seja. –
Botou língua. – Vamos pra um show hoje.
- Show de
quem?
- Ah de um
cantor ai que não me lembro o nome. Os meninos do teatro que me chamaram e eu
quero que você vá comigo.
- Hoje não
Bru... – Não estava a fim de sair de casa.
- Por favor!
Por favor! – Ela me agarrou e começou a repetir, implorar e por último, mas não
menos importante, começou a me fazer cócegas.
- Para Bru..
Por favor... – Dizia entre as risadas.
- Diz que vai
sair comigo.
- Assim não
vale Bruna!
- Vai ou não
vai? – Ela disse fazendo ainda mais cócegas.
- Eu vou.. eu
vou! – Falei me dando por vencida. – Mas me solta agora! – Quando ela foi dar o
grito de vitória levantei rapidamente do sofá e corri para beber água.
- Nem adiante
fugir mocinha. – Veio atrás de mim. – Vamos escolher uma roupa bem bonita
porque hoje a noite é uma criança. – Ela falou indo para o meu quarto toda
serelepe. Ficamos horas escolhendo a roupa perfeita para o show. Segundo a Bruna,
teríamos que estar radiantes. Bruna levou sua roupa e nos arrumamos. Ela vestia
uma saia preta e um top cropped laranja, calçou uma sandália laranja e fez uma
make preta, realçando seus olhos e na boca um gloss. Eu optei por um vestido
tubinho preto com branco, sandália branca e a mesma make que a Bru.
Não demorou
muito para que os meninos tocassem a campainha. Senti um clima entre a Bruna e
um dos garotos, para falar a verdade, um dos mais bonitos. O cara dos olhos
verdes, loiro, devia ter seus 23/24 anos, chamava João Paulo e também fazia
teatro com a Bruna. Ele era um verdadeiro ‘Deus Grego’. No caminho fomos
fazendo o ‘esquenta’ pro show, só música alegre, dançante e claro, uma boa
vodca. Fomos de táxi, para ninguém precisar ficar sem beber. Chegamos ao local
do show e assim que desci do carro travei. Não estava acreditando que a Bruna
tinha feito isso.
- Bruna Domingos
Santana! – Falei nervosa a puxando para um canto. – Eu não acredito que você
fez isso comigo.
- O que eu
fiz gata?
- O que você
fez Bruna?! – Apontei para o outdoor com a foto do Luan, falando do show. Era
isso, estávamos no show do Luan. Perfeito! Tudo o que eu não queria.
- Vamos, se
eu dissesse você não viria não é mesmo? – Concordei nervosa com a cabeça.
- Eu vou te
matar! – Quando ia brigar com ela fomos interrompidas pelo gato do João Paulo
nos chamando para entrar. Droga! – Depois você vai se ver comigo. – Falei mexendo
somente a boca, e ela me olhou com a cara lerda. Eu até tinha visto que ele
faria show aqui, mas não me lembrava qual o dia. Estava tentando me afastar
dele, e quanto menos eu soubesse onde ele estaria mais ‘segura’ eu ficaria.
Fomos pro
camarote e nos encontramos com mais alguns amigos da Bruna, fizemos uma roda e
começamos a curtir. Eu estava com o coração a mil, morrendo de ansiedade para o
show começar logo e eu poder ver, nem que seja de longe, o meu menino. Ficamos
o mais próximo da grade do camarote possível, mesmo que não estava tão perto do
palco, eu queria aproveitar e ver ele. Que saudade que eu estou dele, de
ouvi-lo cantar.
- Pensando no
que Vic? – Me assustei com a Bruna se aproximando, eu estava bebendo suco,
olhando para o palco. – Ou melhor, está pensando em quem? – Olhei para ela
querendo xingá-la, e ele só riu. – Parei!
- Que horas
vai começar? – Perguntei não conseguindo esconder toda a minha ansiedade.
- Já deve
estar pra começar. – Ela olhou no celular. – Vou deixar você com seus
pensamentos e ir curtir o João.
- Hmmmmmmm. –
Falei fazendo um coração e mexendo, como se ele tivesse batendo mais forte. Ela
ficou com vergonha e me mandou calar a boca. Ri e voltei a olhar para o palco. O locutor anunciou que em 10 segundos ele entraria no palco. Meu coração já
voltou a acelerar, a gritaria ecoou por todo o lugar. Todo mundo começou a
fazer a contagem regressiva. E assim ele entrou. Como ele estava lindo. Vestia
uma calça saruel preta, uma blusa com estampa, que eu não consegui identificar
do que era, só sabia que era branca e seu inseparável coturno.
O show se
passou e eu só via eu e ele ali. Era como se mais ninguém existisse. Cantei,
dancei, pulei e me emocionei lembrando de tudo que já tínhamos passado, tanto
na minha vida de fã, como a de namorada, mesmo que por pouco tempo nessa última
função.
Quando o show
estava quase acabando ele pediu para a banda parar e colocaram um banquinho no
centro do palco. Ele se arrumou e pegou o violão. Começou a dedilhar algumas
notas musicais, mas parou e olhou por todo o lugar, de repente nossos olhos se
cruzaram e eu estremeci. Minhas pernas bambearam e ele começou a falar.
- Todo mundo
que tá aqui hoje, já deve ter sofrido por amor. É ou não é? – Ele falou e o
povo gritou. – Então, eu também já sofri muito, mas também já fiz muita muié
sofrer. – Soltou um risinho sem graça e eu encostei-me à grade fixando meu
olhar nele e prestando a atenção em tudo que ele falava. – Eu não sei por que,
mas às vezes, magoamos as pessoas que nós amamos. Talvez seja pela nossa inexperiência,
ou até mesmo pela nossa ânsia que tudo dê certo. Tem coisas que acontecem nas
nossas vidas que fogem do nosso controle, erramos e magoamos quem não merece. Depois as feridas ficam difíceis de serem
cicatrizadas, mas eu acredito, que se nós gostamos mesmo, devemos dar uma
segunda chance. Vocês não acham também? – O público estava alvoroçado, todo
mundo gritava e meus olhos estavam se enchendo de lágrimas, eu ainda as
segurava. – Há uns dias, eu compus uma moda linda, e eu queria dedicar ela a
uma pessoa. – Suspirou e fez uma pausa, procurou novamente meu olhar e assim
que encontrou deu o melhor sorriso que pode e continuou. A Bruna se aproximou
de mim e me deu a mão, eu olhei rapidamente pra ela e voltei o meu olhar pra
ele. - É assim ó... – Dedilhou algumas notas e começou a cantar. (Ouçam a música aqui)
Eu só quero você, e o resto, tanto faz
O quarto meio escuro, a janela aberta
A porta encostada, a lua está tão bela
E eu tô aqui sentindo falta de você
Já vi todos os filmes, li todos os
livros
E tô esperando a próxima novela
Tudo porque eu tô tentando te esquecer
E em qualquer lugar que eu vou
Onde você está eu estou
Oh oh oh, oh oh oh
O meu pensamento te segue
Minha saudade te persegue
O meu amor não envelhece
Cê não sai da minha mente
É que você me causa febre
De uns 40 graus ou um pouco mais
Eu quero é você, eu amo só você
E o resto tanto faz, tanto faz...
O resto tanto faz, se eu tiver
você.. - Ele disse com aquela voz magnífica, um arrepio percorreu por todo o meu corpo e eu suspirei.
E em qualquer lugar que eu vou
Onde você está eu estou
Oh oh oh, oh oh oh
O meu pensamento te segue
Minha saudade te persegue
O meu amor não envelhece
Cê não sai da minha mente
É que você me causa febre
De uns 40 graus ou um pouco mais
Eu quero é você, eu amo só você
E o resto tanto faz, tanto faz...
Quando ele
terminou de cantar eu estava em prantos. A Bruna me abraçou e nós só sabíamos
chorar.
- Eu.... É...
Você sabia disso Bruna? – Sai do nosso abraço e a encarei brava.
- Não Vic! –
Colocou as mãos para o céu se defendendo. – Eu só falei que te traria pra cá, o
resto foi ele que fez. – Enxuguei minhas lágrimas e os amigos de Bruna assim
que viu que eu havia me recuperado começaram a me zoar.
- Aêeeee Vitória...
Tu não é fraca não hein? – João Paulo falou e todos riram, inclusive eu. Ainda
estava perplexa. Não acreditava no que tinha acabado de acontecer. O Luan
cantou mais umas duas músicas e encerrou o show. Desculpem pela demora. Faculdade, final de semestre... Fica tudo difícil. Está ai, um bem grandão e lindo (Eu acho né kkkk)... Pra compensar vocês poderiam comentar bastante hein?! Só acho... hehehe Grupo para notificações no face, aqui. Beijinhos e volto logo!