sábado, 7 de dezembro de 2013

Capítulo 57

          Vitória POV

        Os dias estavam sendo tranquilos, eu e a Bruna estávamos nos vemos com maior frequência. Eu ia para o apartamento dela ou ela vinha pra casa dos meus pais. Ficamos mais unidas, por eu não conhecer praticamente ninguém em São Paulo. Os amigos dela eram super legais e extrovertidos, sempre que eu saia com eles, procuravam uma maneira de me incluírem em todos os assuntos e piadas. Sempre que a Bruna tocava no assunto Luan, eu sentia um vazio no meu peito. Mesmo depois de tudo, eu não conseguia esquecê-lo.
        Era sábado a tarde, eu estava deitada ouvindo música quando a campainha tocou, meus pais não estavam em casa. Fui atender a porta, que começou a tocar insistentemente, mesmo eu já tendo gritado o famoso ‘já vai!’.
       - Tinha que ser você né menina! – Fingi estar zangada e ri da cara de cachorro pidão que ela fez, igual ao irmão. – Entra Bru. – Disse dando passagem, após nos cumprimentarmos.
       - Tenho um SUPER convite pra te fazer e não aceito não como resposta. – Ela falou se jogando no sofá, como era folgada e espaçosa.
      - Então não é convite, é uma intimação. – Respondi rindo e me juntando a ela.
      - Que seja. – Botou língua. – Vamos pra um show hoje.  
      - Show de quem?
      - Ah de um cantor ai que não me lembro o nome. Os meninos do teatro que me chamaram e eu quero que você vá comigo.
      - Hoje não Bru... – Não estava a fim de sair de casa.
      - Por favor! Por favor! – Ela me agarrou e começou a repetir, implorar e por último, mas não menos importante, começou a me fazer cócegas.
      - Para Bru.. Por favor... – Dizia entre as risadas.
      - Diz que vai sair comigo.
      - Assim não vale Bruna!
      - Vai ou não vai? – Ela disse fazendo ainda mais cócegas.
      - Eu vou.. eu vou! – Falei me dando por vencida. – Mas me solta agora! – Quando ela foi dar o grito de vitória levantei rapidamente do sofá e corri para beber água.
      - Nem adiante fugir mocinha. – Veio atrás de mim. – Vamos escolher uma roupa bem bonita porque hoje a noite é uma criança. – Ela falou indo para o meu quarto toda serelepe. Ficamos horas escolhendo a roupa perfeita para o show. Segundo a Bruna, teríamos que estar radiantes. Bruna levou sua roupa e nos arrumamos. Ela vestia uma saia preta e um top cropped laranja, calçou uma sandália laranja e fez uma make preta, realçando seus olhos e na boca um gloss. Eu optei por um vestido tubinho preto com branco, sandália branca e a mesma make que a Bru.
      Não demorou muito para que os meninos tocassem a campainha. Senti um clima entre a Bruna e um dos garotos, para falar a verdade, um dos mais bonitos. O cara dos olhos verdes, loiro, devia ter seus 23/24 anos, chamava João Paulo e também fazia teatro com a Bruna. Ele era um verdadeiro ‘Deus Grego’. No caminho fomos fazendo o ‘esquenta’ pro show, só música alegre, dançante e claro, uma boa vodca. Fomos de táxi, para ninguém precisar ficar sem beber. Chegamos ao local do show e assim que desci do carro travei. Não estava acreditando que a Bruna tinha feito isso.
      - Bruna Domingos Santana! – Falei nervosa a puxando para um canto. – Eu não acredito que você fez isso comigo.
      - O que eu fiz gata?
      - O que você fez Bruna?! – Apontei para o outdoor com a foto do Luan, falando do show. Era isso, estávamos no show do Luan. Perfeito! Tudo o que eu não queria.
      - Vamos, se eu dissesse você não viria não é mesmo? – Concordei nervosa com a cabeça.
      - Eu vou te matar! – Quando ia brigar com ela fomos interrompidas pelo gato do João Paulo nos chamando para entrar. Droga! – Depois você vai se ver comigo. – Falei mexendo somente a boca, e ela me olhou com a cara lerda. Eu até tinha visto que ele faria show aqui, mas não me lembrava qual o dia. Estava tentando me afastar dele, e quanto menos eu soubesse onde ele estaria mais ‘segura’ eu ficaria.
      Fomos pro camarote e nos encontramos com mais alguns amigos da Bruna, fizemos uma roda e começamos a curtir. Eu estava com o coração a mil, morrendo de ansiedade para o show começar logo e eu poder ver, nem que seja de longe, o meu menino. Ficamos o mais próximo da grade do camarote possível, mesmo que não estava tão perto do palco, eu queria aproveitar e ver ele. Que saudade que eu estou dele, de ouvi-lo cantar.
      - Pensando no que Vic? – Me assustei com a Bruna se aproximando, eu estava bebendo suco, olhando para o palco. – Ou melhor, está pensando em quem? – Olhei para ela querendo xingá-la, e ele só riu. – Parei!
      - Que horas vai começar? – Perguntei não conseguindo esconder toda a minha ansiedade.
      - Já deve estar pra começar. – Ela olhou no celular. – Vou deixar você com seus pensamentos e ir curtir o João.
      - Hmmmmmmm. – Falei fazendo um coração e mexendo, como se ele tivesse batendo mais forte. Ela ficou com vergonha e me mandou calar a boca. Ri e voltei a olhar para o palco.       O locutor anunciou que em 10 segundos ele entraria no palco. Meu coração já voltou a acelerar, a gritaria ecoou por todo o lugar. Todo mundo começou a fazer a contagem regressiva. E assim ele entrou. Como ele estava lindo. Vestia uma calça saruel preta, uma blusa com estampa, que eu não consegui identificar do que era, só sabia que era branca e seu inseparável coturno.
      O show se passou e eu só via eu e ele ali. Era como se mais ninguém existisse. Cantei, dancei, pulei e me emocionei lembrando de tudo que já tínhamos passado, tanto na minha vida de fã, como a de namorada, mesmo que por pouco tempo nessa última função.
      Quando o show estava quase acabando ele pediu para a banda parar e colocaram um banquinho no centro do palco. Ele se arrumou e pegou o violão. Começou a dedilhar algumas notas musicais, mas parou e olhou por todo o lugar, de repente nossos olhos se cruzaram e eu estremeci. Minhas pernas bambearam e ele começou a falar.
      - Todo mundo que tá aqui hoje, já deve ter sofrido por amor. É ou não é? – Ele falou e o povo gritou. – Então, eu também já sofri muito, mas também já fiz muita muié sofrer. – Soltou um risinho sem graça e eu encostei-me à grade fixando meu olhar nele e prestando a atenção em tudo que ele falava. – Eu não sei por que, mas às vezes, magoamos as pessoas que nós amamos. Talvez seja pela nossa inexperiência, ou até mesmo pela nossa ânsia que tudo dê certo. Tem coisas que acontecem nas nossas vidas que fogem do nosso controle, erramos e magoamos quem não merece.  Depois as feridas ficam difíceis de serem cicatrizadas, mas eu acredito, que se nós gostamos mesmo, devemos dar uma segunda chance. Vocês não acham também? – O público estava alvoroçado, todo mundo gritava e meus olhos estavam se enchendo de lágrimas, eu ainda as segurava. – Há uns dias, eu compus uma moda linda, e eu queria dedicar ela a uma pessoa. – Suspirou e fez uma pausa, procurou novamente meu olhar e assim que encontrou deu o melhor sorriso que pode e continuou. A Bruna se aproximou de mim e me deu a mão, eu olhei rapidamente pra ela e voltei o meu olhar pra ele. - É assim ó... – Dedilhou algumas notas e começou a cantar. (Ouçam a música aqui)

Eu só quero você, e o resto, tanto faz

O quarto meio escuro, a janela aberta 
A porta encostada, a lua está tão bela 
E eu tô aqui sentindo falta de você 

Já vi todos os filmes, li todos os livros 
E tô esperando a próxima novela 
Tudo porque eu tô tentando te esquecer 

E em qualquer lugar que eu vou 
Onde você está eu estou 
Oh oh oh, oh oh oh 

O meu pensamento te segue 
Minha saudade te persegue 
O meu amor não envelhece 
Cê não sai da minha mente 

É que você me causa febre 
De uns 40 graus ou um pouco mais 
Eu quero é você, eu amo só você 
E o resto tanto faz, tanto faz... 

O resto tanto faz, se eu tiver você.. - Ele disse com aquela voz magnífica, um arrepio percorreu por todo o meu corpo e eu suspirei.

E em qualquer lugar que eu vou 
Onde você está eu estou 
Oh oh oh, oh oh oh 

O meu pensamento te segue 
Minha saudade te persegue 
O meu amor não envelhece 
Cê não sai da minha mente 

É que você me causa febre 
De uns 40 graus ou um pouco mais 
Eu quero é você, eu amo só você 
E o resto tanto faz, tanto faz... 

       Quando ele terminou de cantar eu estava em prantos. A Bruna me abraçou e nós só sabíamos chorar.
       - Eu.... É... Você sabia disso Bruna? – Sai do nosso abraço e a encarei brava.
       - Não Vic! – Colocou as mãos para o céu se defendendo. – Eu só falei que te traria pra cá, o resto foi ele que fez. – Enxuguei minhas lágrimas e os amigos de Bruna assim que viu que eu havia me recuperado começaram a me zoar.
       - Aêeeee Vitória... Tu não é fraca não hein? – João Paulo falou e todos riram, inclusive eu. Ainda estava perplexa. Não acreditava no que tinha acabado de acontecer. O Luan cantou mais umas duas músicas e encerrou o show. 

Desculpem pela demora. Faculdade, final de semestre... Fica tudo difícil. Está ai, um bem grandão e lindo (Eu acho né kkkk)... Pra compensar vocês poderiam comentar bastante hein?! Só acho... hehehe Grupo para notificações no face, aqui. Beijinhos e volto logo!