Subi no avião
e assim que ele decolou as lágrimas já brotavam no meu rosto, eu tentava
segurar, mas não conseguia. A comissária perguntou se eu precisava de alguma
coisa, pedi um calmante e ela me trouxe. Depois de algum tempo no ar, vi alguém
se aproximar e sentar ao meu lado. Nem olhei, continuei com meus pensamentos e
o fone de ouvido ligado no máximo. Algum tempo depois a pessoa me cutucou e eu
olhei impaciente, era uma menina, deveria ter seus 15/16 anos.
- Oi. – Ela disse tímida.
- Olá. –
Respondi quieta, seja lá quer for, não tem culpa do que eu to passando.
- Você não me
conhece, mas eu conheço você. – Deu um risinho sem graça.
- Ah é? De
onde me conhece?
- Eu já vi
você nas revistas com o Luan. – Ela falou e eu fiquei sem ar, o meu Deus, uma
fã. Agora tudo fudeu mesmo. – Mas não é só por isso que te conheço não, eu li
sua matéria sobre o Charlie Brow Jr e adorei, eu era muito fã da banda. – Falou
sem graça.
- Uma pena
né. Foi uma tragédia.
- Então, eu
ia vim aqui antes, mas vi que você tava chorando, minha mãe brigou comigo e
disse pra eu ficar quieta, mas resolvi vir mesmo assim. – Ela riu e apontou
para a mãe que estava sentada na poltrona atrás da minha. – Você ta bem?
Sorri sem
graça, a menina estava sendo uma fofa comigo. – Estou sim anjo. São só alguns
problemas.
- Espero que
fique bem. – Ela limpou uma lágrima que caia do meu rosto, awn que fofa. –
Posso te pedir uma coisa? – Arqueei uma sobrancelha e ela sorriu sapeca. –
Manda um beijo meu para o Luan? – Fiquei sem reação. – Por favor, eu o amo
tanto. – Seus olhinhos brilhavam, eu sabia como era isso, afinal antes de tudo,
eu era uma fã como ela que sonhava em abraçar o seu ídolo.
- Claro,
quando eu tiver a oportunidade de encontrá-lo eu mandarei seu recado. – Era
melhor falar isso do que um não, mal sabia ela que eu não queria ver aquele
safado tão cedo.
- Você tá
triste por causa das fotos? – Hã? Ai meu Deus, ela também já deve ter visto.
- Que fotos?
– Fingi não saber de nada.
- Do Luan na
balada. – Ela forçou um sorriso.
-
É..Clar...Claro que não. – Gaguejei um pouco e sorri. – Ele tem que viver a
vida dele como bem entender, não é mesmo? – Segurei o choro e ela forçou um
sorriso.
- Posso pedir
outra coisa? – Agora ela quer o braço também? Segurei o riso. Olha, ela pelo
menos está me fazendo sorrir.
- Claro.
- Tira uma
foto comigo? – Hã? O que? Eu não estava acostumada com isso, além do que eu
estou horrorosa.
- É.. ér...
Foto? – Perguntei sem graça. – Eu estou tão horrorosa, com olheiras, olho
inchado. – Soltei um riso abafado.
- Que nada,
você é lindona. – Ela abriu um sorrisão. – Por favor! – Fez cara de cachorrinho
pidão. Por que as pessoas sempre faziam isso comigo hein?
- Tá bem,
você venceu. – Falei por fim e ela bateu palmas alegremente, cara, ela parecia
muito a Bruna. O jeitinho, como manipular as pessoas a fazerem o que ela quer.
Tiramos a foto e ela me olhou novamente sapeca, ai Jesus, o que eu fui arrumar.
- Assim... - Ela mexia nos dedos. - Se não for pedir muito me segue no instagram? Eu te sigo há um tempo, já pedi, mas ultimamente você não tem postado nada lá né? - Ela riu me condenando.
- Não tenho tido tempo. - Sorri. - Prometo que quando eu entrar eu te sigo, mas preciso do seu nome né?
- Ah é verdade, esqueci de me apresentar Vitória. Meu nome é Beatriz Mendes. - Ela esticou a mão para que eu a apertasse em forma de cumprimento. - Meu instagram é @beamendes. - Ela disse anotando em um papel e me entregou. - Vou esperar você me seguir hein?
- Ok, ok. - Ri, não estava acostumada com isso. - Depois eu te sigo, prometo. - Cruzei os dedos. Depois de me agradecer imensamente e pedir para eu não esquecer de dar um beijo no Luan ela foi se sentar ao lado de sua mãe e eu voltei para o meu
mundinho com minhas músicas depressivas e que me remetiam a somente um pensamento, ele. Algum tempo depois já estava pousando em São Paulo.
Era madrugada
quando o taxista me deixou em casa. O porteiro como já me conhecia, liberou
minha entrada. Toquei a campainha e assim que a porta se abriu minha mãe levou
um susto.
- Ai menina!
Quer me matar é? – Ela colocou a mão no peito. – Não era pra você estar
trabalhando?
- Mãe! –
Deixei as malas no chão e abracei-a com toda minha força, não consegui aguentar
e desabei a chorar nos braços dela.
- O que
aconteceu meu Deus? – Perguntou desesperada e eu não conseguia falar nada. –
Vem vamos entrar. – Soltou dos meus braços e pegou as minhas malas. Foi
abraçada comigo até o meu quarto e então, deitei no seu colo. Meu pai dormia,
ela fechou a porta do meu quarto e tentou me acalmar. – Diz pra mim o que aconteceu
filha.
- Mãe...
Ele...ele..me traiu! – Falei desesperada, chorava feito uma criança.
- O Luan? –
Ela perguntou e eu apenas assenti. – O minha filha, eu falei pra você ir com
calma. – Passou a mão nos meus cabelos.
- Mas mãe, eu
amo aquele garoto! – Falei entre os soluços. – Ele falou que me amava. – Olhei
para ela que me encarava com uma expressão triste.
- Esquece
isso um pouco, deita aqui que eu vou preparar um chá pra você se acalmar. – Ela
disse me ajeitando na cama e apagando a luz. Meus olhos estavam pesados, eu não
tinha dormido nada na noite anterior e já se passava das três da manhã. Minha
cabeça estava voltando a latejar, o efeito do calmante já devia estar passando.
Não demorou muito para que minha mãe voltasse com o chá de camomila. Tomei tudo
e ela ficou comigo até eu conseguir dormir.
Luan POV
Era madrugada
quando o avião pousou em Londrina, cheguei em casa e todos estavam dormindo.
Fui para meu quarto, tomei um banho relaxante e deitei. Virava pra um lado,
para outro e nada do sono vir. Resolvi dar uma volta pelo condomínio, coloquei
uma calça e uma blusa de moletom, um boné e sai andando pelas ruas frias em
direção ao lago.
Não sei ao
certo quanto tempo fiquei ali, quando vi o sol já tinha se posto e eu
continuava no mesmo lugar. Eu não queria machucá-la, nem deixá-la sofrer, eu a
amava. A minha pequena, tão frágil. Como eu sou um idiota! Meu subconsciente
gritava. O movimento no condomínio estava começando a aumentar, decidi voltar
para casa. Não queria conversar com ninguém agora.
Algumas horas depois
- Bruna, você
sabe onde ela ta?
- Sei Luan,
mas eu não vou te falar porque eu sei que você vai atrás dela.
- Me fala,
por favor. Eu preciso me explicar com ela.
- Não Luan, você
tá de cabeça quente, ela também deve estar. Dá um tempo pra ela entender tudo
que tá acontecendo, o que aconteceu.
- Você não
entende Bruna! – Levei as mãos na cabeça e gritei. – Eu vou perdê-la! – Senti
meus olhos ficarem embaçados e uma lágrima se formou, escorrendo pelo meu
rosto. – Eu vou perdê-la. – Repeti baixo sentando na cama.
- Vai dar
tudo certo Pi. – Bruna se aproximou e deixou um beijo na minha testa. Disse que
ia sair e eu fiquei ali quieto no meu quarto. Bateram na porta e eu pedi para
me deixarem sozinho, a pessoa insistiu e entrou, era minha mãe. Antes que ela
pudesse me dar uma bronca eu corri e a abracei. Pela primeira vez, depois de
tantos anos, me permiti chorar por alguém.
- Filho, o
que você foi fazer com você. – Ela falava afagando meus cabelos. – Vem aqui,
deita no meu colo. – Sentamos na cama e eu encostei minha cabeça no seu colo.
Ficamos por horas, eu ali chorando quieto e ela me dizendo que tudo ficaria
bem.
OOOOI! Desculpem a demora, explicações no grupo do facebook. Espero que vocês gostem. Comentem, critiquem, elogiem, sintam-se à vontade. Grupo do face, aqui. Beijinhos e volto logo.
Posta mais um hoje amor por favor. Isso ta muito bom *---*
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