domingo, 10 de novembro de 2013

Capítulo 52

     Subi no avião e assim que ele decolou as lágrimas já brotavam no meu rosto, eu tentava segurar, mas não conseguia. A comissária perguntou se eu precisava de alguma coisa, pedi um calmante e ela me trouxe. Depois de algum tempo no ar, vi alguém se aproximar e sentar ao meu lado. Nem olhei, continuei com meus pensamentos e o fone de ouvido ligado no máximo. Algum tempo depois a pessoa me cutucou e eu olhei impaciente, era uma menina, deveria ter seus 15/16 anos.
   - Oi.  – Ela disse tímida.
   - Olá. – Respondi quieta, seja lá quer for, não tem culpa do que eu to passando.
   - Você não me conhece, mas eu conheço você. – Deu um risinho sem graça.
   - Ah é? De onde me conhece?
   - Eu já vi você nas revistas com o Luan. – Ela falou e eu fiquei sem ar, o meu Deus, uma fã. Agora tudo fudeu mesmo. – Mas não é só por isso que te conheço não, eu li sua matéria sobre o Charlie Brow Jr e adorei, eu era muito fã da banda. – Falou sem graça.
    - Uma pena né. Foi uma tragédia.
    - Então, eu ia vim aqui antes, mas vi que você tava chorando, minha mãe brigou comigo e disse pra eu ficar quieta, mas resolvi vir mesmo assim. – Ela riu e apontou para a mãe que estava sentada na poltrona atrás da minha. – Você ta bem? 
     Sorri sem graça, a menina estava sendo uma fofa comigo. – Estou sim anjo. São só alguns problemas.
     - Espero que fique bem. – Ela limpou uma lágrima que caia do meu rosto, awn que fofa. – Posso te pedir uma coisa? – Arqueei uma sobrancelha e ela sorriu sapeca. – Manda um beijo meu para o Luan? – Fiquei sem reação. – Por favor, eu o amo tanto. – Seus olhinhos brilhavam, eu sabia como era isso, afinal antes de tudo, eu era uma fã como ela que sonhava em abraçar o seu ídolo.
    - Claro, quando eu tiver a oportunidade de encontrá-lo eu mandarei seu recado. – Era melhor falar isso do que um não, mal sabia ela que eu não queria ver aquele safado tão cedo.
    - Você tá triste por causa das fotos? – Hã? Ai meu Deus, ela também já deve ter visto.
    - Que fotos? – Fingi não saber de nada.
    - Do Luan na balada. – Ela forçou um sorriso.
    - É..Clar...Claro que não. – Gaguejei um pouco e sorri. – Ele tem que viver a vida dele como bem entender, não é mesmo? – Segurei o choro e ela forçou um sorriso.
     - Posso pedir outra coisa? – Agora ela quer o braço também? Segurei o riso. Olha, ela pelo menos está me fazendo sorrir.
    - Claro.
    - Tira uma foto comigo? – Hã? O que? Eu não estava acostumada com isso, além do que eu estou horrorosa. 
    - É.. ér... Foto? – Perguntei sem graça. – Eu estou tão horrorosa, com olheiras, olho inchado. – Soltei um riso abafado.
    - Que nada, você é lindona. – Ela abriu um sorrisão. – Por favor! – Fez cara de cachorrinho pidão. Por que as pessoas sempre faziam isso comigo hein?
    - Tá bem, você venceu. – Falei por fim e ela bateu palmas alegremente, cara, ela parecia muito a Bruna. O jeitinho, como manipular as pessoas a fazerem o que ela quer. Tiramos a foto e ela me olhou novamente sapeca, ai Jesus, o que eu fui arrumar. 
    - Assim... - Ela mexia nos dedos. - Se não for pedir muito me segue no instagram? Eu te sigo há um tempo, já pedi, mas ultimamente você não tem postado nada lá né? - Ela riu me condenando. 
    - Não tenho tido tempo. - Sorri. - Prometo que quando eu entrar eu te sigo, mas preciso do seu nome né? 
    - Ah é verdade, esqueci de me apresentar Vitória. Meu nome é Beatriz Mendes. - Ela esticou a mão para que eu a apertasse em forma de cumprimento. - Meu instagram é @beamendes. - Ela disse anotando em um papel e me entregou. - Vou esperar você me seguir hein? 
    - Ok, ok. - Ri, não estava acostumada com isso. - Depois eu te sigo, prometo. - Cruzei os dedos. Depois de me agradecer imensamente e pedir para eu não esquecer de dar um beijo no Luan ela foi se sentar ao lado de sua mãe e eu voltei para o meu mundinho com minhas músicas depressivas e que me remetiam a somente um pensamento, ele. Algum tempo depois já estava pousando em São Paulo.
    Era madrugada quando o taxista me deixou em casa. O porteiro como já me conhecia, liberou minha entrada. Toquei a campainha e assim que a porta se abriu minha mãe levou um susto.
   - Ai menina! Quer me matar é? – Ela colocou a mão no peito. – Não era pra você estar trabalhando?
   - Mãe! – Deixei as malas no chão e abracei-a com toda minha força, não consegui aguentar e desabei a chorar nos braços dela.
   - O que aconteceu meu Deus? – Perguntou desesperada e eu não conseguia falar nada. – Vem vamos entrar. – Soltou dos meus braços e pegou as minhas malas. Foi abraçada comigo até o meu quarto e então, deitei no seu colo. Meu pai dormia, ela fechou a porta do meu quarto e tentou me acalmar. – Diz pra mim o que aconteceu filha.
   - Mãe... Ele...ele..me traiu! – Falei desesperada, chorava feito uma criança.
   - O Luan? – Ela perguntou e eu apenas assenti. – O minha filha, eu falei pra você ir com calma. – Passou a mão nos meus cabelos.
   - Mas mãe, eu amo aquele garoto! – Falei entre os soluços. – Ele falou que me amava. – Olhei para ela que me encarava com uma expressão triste.
   - Esquece isso um pouco, deita aqui que eu vou preparar um chá pra você se acalmar. – Ela disse me ajeitando na cama e apagando a luz. Meus olhos estavam pesados, eu não tinha dormido nada na noite anterior e já se passava das três da manhã. Minha cabeça estava voltando a latejar, o efeito do calmante já devia estar passando. Não demorou muito para que minha mãe voltasse com o chá de camomila. Tomei tudo e ela ficou comigo até eu conseguir dormir.

    Luan POV

    Era madrugada quando o avião pousou em Londrina, cheguei em casa e todos estavam dormindo. Fui para meu quarto, tomei um banho relaxante e deitei. Virava pra um lado, para outro e nada do sono vir. Resolvi dar uma volta pelo condomínio, coloquei uma calça e uma blusa de moletom, um boné e sai andando pelas ruas frias em direção ao lago.
   Não sei ao certo quanto tempo fiquei ali, quando vi o sol já tinha se posto e eu continuava no mesmo lugar. Eu não queria machucá-la, nem deixá-la sofrer, eu a amava. A minha pequena, tão frágil. Como eu sou um idiota! Meu subconsciente gritava. O movimento no condomínio estava começando a aumentar, decidi voltar para casa. Não queria conversar com ninguém agora.

Algumas horas depois

    - Bruna, você sabe onde ela ta?
    - Sei Luan, mas eu não vou te falar porque eu sei que você vai atrás dela.
    - Me fala, por favor. Eu preciso me explicar com ela.
    - Não Luan, você tá de cabeça quente, ela também deve estar. Dá um tempo pra ela entender tudo que tá acontecendo, o que aconteceu.
    - Você não entende Bruna! – Levei as mãos na cabeça e gritei. – Eu vou perdê-la! – Senti meus olhos ficarem embaçados e uma lágrima se formou, escorrendo pelo meu rosto. – Eu vou perdê-la. – Repeti baixo sentando na cama.
    - Vai dar tudo certo Pi. – Bruna se aproximou e deixou um beijo na minha testa. Disse que ia sair e eu fiquei ali quieto no meu quarto. Bateram na porta e eu pedi para me deixarem sozinho, a pessoa insistiu e entrou, era minha mãe. Antes que ela pudesse me dar uma bronca eu corri e a abracei. Pela primeira vez, depois de tantos anos, me permiti chorar por alguém.
    - Filho, o que você foi fazer com você. – Ela falava afagando meus cabelos. – Vem aqui, deita no meu colo. – Sentamos na cama e eu encostei minha cabeça no seu colo. Ficamos por horas, eu ali chorando quieto e ela me dizendo que tudo ficaria bem.

    OOOOI! Desculpem a demora, explicações no grupo do facebook. Espero que vocês gostem. Comentem, critiquem, elogiem, sintam-se à vontade. Grupo do face, aqui. Beijinhos e volto logo.

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